Max Weber foi um importante intelectual alemão, sua formação não se restringia apenas aos fenômenos sociológicos. Estudou economia, história, filosofia e direito, todos em universidades na Alemanha. Foi professor de economia em duas universidades e assessor do governo (foi consultor no Tratado de Versalhes e na constituição de Weimar).
As ideias de Weber são diferentes de outros sociólogos como Durkheim. Para ele, a Sociologia compreende a ação social dos indivíduos, o sentido que cada pessoa dá a sua conduta e perceber assim a sua estrutura inteligível e não a análise das instituições sociais [1].
Seu objeto de investigação é a ação social, a conduta humana dotada de sentido, isto é, de uma justificativa subjetivamente elaborada. É o homem que dá sentido à sua ação social: estabelece a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos [1].
Weber propunha para a pesquisa, o método compreensivo, isto é, um esforço interpretativo do passado e de sua repercussão nas características peculiares das
sociedades contemporâneas. Essa atitude de compreensão é que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos, um sentido social e histórico [1]. Em resumo, para Weber, a meta da sociologia é compreender a ação social do homem através da conduta individual.
Como Weber tratava os julgamentos de valor e o saber empírico?
No que tange à objetividade do conhecimento, Weber descreve seu ponto de vista com relação aos julgamentos de valor e ao saber empírico. Para Weber os julgamentos de valor surgem das necessidades apresentadas aos cientistas na tentativa de solucionar problemas. Já o saber empírico consiste não em estabelecer normas nem criar diretrizes na tentativa de solucionar algum problema, mas sim em dizer o que pode ser feito para que uma solução seja possível. A atividade científica é então simultaneamente racional tanto com suas atividades quanto com relação à busca pela verdade. O fato de dizer a verdade é então imposta aos cientistas por uma ética absoluta, sem que qualquer condição seja necessária.
Para Weber, o que é objetividade?
Weber afirma como princípio geral que “a análise científica da sociedade é constituída de perspectivas parciais e especiais, pontos de vista que selecionam os aspectos dotados de relevância e dignos de constituírem em objetos de estudo" [2]. A realidade social é interpretada por um conhecimento dependente de pontos de vista particulares (valores e ideais que o cientista incorpora em seu estudo). A objetividade para Weber seria um exercício da pesquisa científica isenta destas parcialidades e tem como fim compreender a sociedade, sobretudo pelo entendimento da ação do homem.
Weber acredita na objetividade do conhecimento?
Weber realiza uma grande mudança na visão da ciência social acreditando que ela deve ser feita não mais pelo excesso de empirismo que tanto Bacon, quanto Descartes afirmavam categoricamente. Ela deve ser feita por meio de um método que se afaste cada vez mais de leis gerais e aproxime-se da ação do individuo no social, real método de compreensão da sociedade. Partindo desta visão caso à caso , o autor consegue definir uma objetividade na ciência. Essa seria capaz de renunciar aos chamados juízos de valor e principalmente adotar a compreensão como método, sempre a partir do diálogo, o que confere dinamicidade ao se fazer ciência [3].
Weber acredita na objetividade do conhecimento?
Weber realiza uma grande mudança na visão da ciência social acreditando que ela deve ser feita não mais pelo excesso de empirismo que tanto Bacon, quanto Descartes afirmavam categoricamente. Ela deve ser feita por meio de um método que se afaste cada vez mais de leis gerais e aproxime-se da ação do individuo no social, real método de compreensão da sociedade. Partindo desta visão caso à caso , o autor consegue definir uma objetividade na ciência. Essa seria capaz de renunciar aos chamados juízos de valor e principalmente adotar a compreensão como método, sempre a partir do diálogo, o que confere dinamicidade ao se fazer ciência [3].
O que são tipos ideais?
Para definição dos tipos ideais Weber (1997, p. 166) afirma, sob um aspecto de obtenção que ocorre "mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isoladamente dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo", além disso, sobre o ordenamento dos mesmos Weber define que ocorre "segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro homogêneo de pensamento".
De modo geral, quando se observa a definição do tipo ideal segundo os parâmetros admitidos por Weber temos que este "é um instrumento de análise sociológica para o apreendimento da sociedade por parte do cientista social com o objetivo de criar tipologias puras, destituídas de tom avaliativo, de forma a oferecer um recurso analítico baseado em conceitos, como o que é religião, burocracia, economia, capitalismo, dentre outros" [4].
Quanto as principais características do tipo ideal temos que "não é o fato de que não corresponde à realidade, mas pode ajudar em sua compreensão, estabelecido de forma racional, porém com base nas escolhas pessoais anteriores daquele que analisa. É então um conceito teórico abstrato criado com base na realidade-indução, servindo como um "guia" na variedade de fenômenos que ocorrem na realidade; por se basear na indução, dá "ênfase na caracterização sistemática dos padrões individuais concretos (característica das ciências humanas) opõe a conceituação típico-ideal à conceituação generalizadora, tal como esta é conhecida nas ciências naturais", fazendo oposição ao método comparativo dos positivistas como Émile Durkheim" [4].
No que é tangível à utilização dos tipos ideais Quintaneiro (2002, p. 103) aponta "como instrumento para conduzir o autor numa realidade complexa. O autor reconhece que seu ponto de vista é um entre outros. Cabe à Sociologia e à História, como parte das ciências da cultura, reconstruir os atos humanos, compreender o significado que estes tiveram para os agentes, e o universo de valores adotado por um grupo social ou por um indivíduo enquanto membro de uma determinada sociedade e, por fim, construir conceitos-tipo e encontrar as regras gerais do acontecer”.
Referências Bibliográficas:
- WEBER, Max. Max Weber: sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1997. Coleção Grandes Cientistas Sociais. (Capítulo: A "Objetividade" do Conhecimento das Ciências Sociais)
- QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Maria Gardênia Monteiro de. Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
- [1] Max Weber - Vida e Obra. Disponível em: < http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm >. Acesso em 06/04/2012.
- [2] SANTOS, Maria Elizabeth. O conceito de objetividade em Max Weber e o método nas ciências da sociedade. Revista de Desenvolvimento Econômico, vol. 1, n. 2, Junho 1999
- [3] SEVCIUC, Bruno; TORRES, João Lucas Andrade. Max Weber e a Objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais. Disponível em: < http://teoriadasciencias.blogspot.com.br/2009/11/max-weber-e-objetividade-do_05.html >. Acesso em 06/04/2012.
- [4] Tipo Ideal. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Tipo_ideal >. Acesso em 07/04/2012.
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